domingo, outubro 31, 2010

Metade

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.


Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza (...).




Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso
Mas a outra metade é um vulcão.


(...)

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.


E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também."

sexta-feira, outubro 29, 2010

Talvez.....




Ensinam muitas coisas as garotas: 'se um cara lhe machuca, ele gosta de você"; "nunca tente aparar a própria franja" e, "um dia, vai conhecer um cara incrível e ser feliz para sempre". Todo filme e toda história implora para esperarmos por isso: a reviravolta no terceiro ato, a declaração de amor inesperada, a exceção à regra. Mas as vezes focamos tanto em achar nosso final feliz que não aprendemos a ler os sinais, a diferenciar entre quem nos quer e quem não nos quer, entre os que vão ficar e os que vão te deixar. E talvez esse final feliz não inclua um cara incrível. Talvez seja você sozinha recolhendo os cacos e recomeçando, ficando livre para algo melhor no futuro.


Talvez o final feliz seja só seguir em frente. Ou talvez o final feliz seja isso: saber que mesmo com ligações sem retorno e corações partidos, com todos os erros estúpidos e sinais mal interpretados; com toda a vergonha e todo constrangimento, você nunca perdeu a esperança.

domingo, outubro 24, 2010

"Da Paz e do Amor eu Quero Muito Mais"

Videozinho do Natiruts - Natiruts Reggae Power
Com parte da letra que me alegra e motiva na caminhada!!




"Sintonize sua vibração
Não há tempo pra viver em vão
E não pense mais em desistir
Existe um mundo que só quer te ver sorrir


Não chora, a nossa vida é feita mesmo para se aprender
E agora, é hora de tentar se libertar não vai doer
Deixe a energia do som te levar
A vibe positiva solta pelo ar
Quem sente com a alma é capaz de amar
Está sempre livre pra cantar..."

quinta-feira, outubro 14, 2010

Por mim...







Apesar de todos os "males" que me tem roubado noites de sono, o riso, a alegria e tem me deixado numa agonia que - minha nossa - quase que enlouqueco...  Resolvi olhar pra dentro de mim... E olhei tbm pra fora de mim... E lembrei (eh, pq as vezes a gente esquece) de coisas que estavam "adormecidas" em mim.... Gente.. Tenho tanta coisa legal e bonita lah "dentro" e aqui "fora"!! Senti, mais uma vez, que eu, com um pouco de forca de vontade, deixando de lado a ansiedade que me faz doer...  posso ir looonge!!!
  Eu to com uma vontade de ser feliz.............
   E quer saber?!   
                                    Eu comecei hj a ser!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sexta-feira, outubro 08, 2010

PRECE

Por que estou postando uma "prece"? Sera que nao necessitamos dela (qualquer prece, desde que seja prece) nos dias de hoje?! Nossos sentimentos - independente de quais sejam - nos levam a fazer uma prece, as pessoas ao nosso redor, as circunstancias da vida, e sem duvida, o amor, o respeito e a devoção a Deus nos levam a dirigir a Ele uma prece.
Entao, para todos, eu disse, para TODOS :  Uma  "Prece", escrita por Ana Jácomo. E que Deus, ao nos ouvir, nos dê aquilo de que necessitamos, segundo a Sua perfeita e boa vontade!
Paz,


Ester Alvarenga.





"Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando estou mansidão e ternura. Quando estou contemplação e respeito. Quando as palavras fluem, sem esforço algum, sem ensaio algum, articuladas e belas, do lugar em mim onde eu e ele nos encontramos e brincamos de roda. Quando nelas incluo as pessoas que têm nome e aquelas que desconheço existirem. E os meus amores. E os meus desafetos. E os bichos. E as plantas. E os mares. E as estrelas. E

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando o medo me acompanha sem que a coragem se ausente. Quando as coisas seguem o seu rumo sem que eu me preocupe em demasia com o destino desse movimento. Quando eu me sinto conectada com o amor e reverente à vida. Quando as lágrimas nascem apenas de um alegre e comovido sentimento de gratidão. Quando caminho com a rara confiança que só as crianças que ainda não doem costumam experimentar, já que, infelizmente, algumas começam a doer muito cedo.

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando sou capaz de pressentir o sol mesmo atravessando uma longa noite escura. Quando posso cruzar desertos com a clara convicção de que a vida não é feita somente deles. Quando consigo olhar para todas as experiências, sem que aquelas que me desconcertam me impeçam de valorizar as que me encantam. Quando as tristezas que repentinamente me encontram não atrapalham a certeza da sua impermanência.

Que Deus ouça as preces que lhe dirijo quando amanheço revigorada e anoiteço tranquila. Quando consigo manter uma relação mais gentil com as lembranças difíceis que, às vezes, ainda me assombram. Quando posso desfrutar do contentamento mesmo sabendo que existem problemas que aguardam eu me entender com eles. Quando não peço nada além de força para prosseguir, por acreditar que, fortalecida, eu posso o que quiser, em Deus.

Mas eu desejo, profundamente, que Deus também ouça as preces que lhe dirijo quando eu não consigo elaborar prece alguma. Quando a dor é tão grande que minha fala não passa de um emaranhado de palavras confusas e desconexas que desenham um troço que nem eu entendo. Quando o medo me paralisa e perturba de tal forma que eu me encolho diante da vida feito um bicho acuado. Quando me enredo nas minhas emoções com tanta confusão que parece que aquele tempo não vai mais passar.

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando só consigo chorar e, mesmo depois de já ter chorado muito, tenho a sensação de ainda não ter chorado tudo. Quando me sinto exaurida e me entrego a esse cansaço completamente esquecida dos meus recursos. Há momentos em que a gente parece ignorar tudo o que pode nos ajudar a lidar melhor com os desafios. Há momentos, ainda, em que a gente se confunde sobre o local onde, de verdade, os desafios começam.

Que Deus ouça também as preces que lhe dirijo quando me parece que eu não acredito em mais nada. Quando sou incapaz de ver qualquer coisa além do foco onde coloco a minha dor. Quando não consigo articular meus pensamentos nem entrar em contato com alguma doçura que me faça lembrar das coisas que realmente nos movem. Quando não lhe dirijo nenhuma prece. Nem com palavras. Nem com um sorriso enternecido quando dou de cara com uma flor. Com um pôr-de-sol. Com uma criança. Com uma lua cheia. Com o cheiro do mar. Com o riso bom de um amigo. Que ele me ouça com o seu ouvido amoroso e me acolha no seu coração, porque é exatamente nesses momentos que eu não consigo ouvi-lo."